Arquivo da categoria: Poesias da Dica

Mais poesia da Dica

 

Velo a vida

 

Sinto o pulso no vácuo

Os pensamentos seguem

Como em uma esteira rolante

 

Hora em cima, hora em baixo

Hora em cima, hora em baixo

 

Protejo-me em uma ilha

Fugindo do todo, encasulo o eu

Temo outros?

Temo a mim?

 

Denise Sirotsky Melzer setembro/2010

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Silencio Mais escritos da Dica

Silencio

Tantas são as frases ditas no silencio, poucos aqueles que conseguem escutar. A obviedade cotidiana preenche o cálice ate mesmo transbordar. Sem pausas ou aflições.

O sangue divino já não cultuado pelos animais canibais, o sangue divina quase inexistente. Sentimentos atenuados, bloqueados, sem menos e nem mais.

Automóveis, antigos símbolos de potencia já não precisam do homo não sapiens. Através de sensores adquirem autonomia apresentando ao dito macho o papel de coadjuvante. Não mais o saca rolhas muito menos o liquido precioso mas algo que se insere no processo naturalmente e que, muitas vezes tem como fim o ralo, antes mesmo de ser tocado.

Com alma curiosa, desconfio dos dizeres comuns, consagrados. O sentido deve fazer com que se sinta, algo diferente marca a verdade. O ser individual, esquecido pelos exércitos que servem coercitivamente, sem conhecimento de  causa ou conseqüência. Todos na mesma direção, não sabemos quem somos mas não sabemos que o outro existe, o todo… Alienação consciente, alienação como opção.

O outsider não participa, especula-se que algo de doido ele tem, porem talvez tenha encontrado o eu ou avistado o todo, talvez nunca tenha perdido de vista. Os criativos são malucos, não aqueles que escutam vozes e vêem coisas mas aqueles que escutam e vêem o mesmo mas por um ângulo diferenciado.

A catástrofe dos julgamentos cria celas invisíveis mas fortes como aço, como ser eu, como ser tu, como ser nos?

 

 

 

Dica Melzer

 

 

Setembro/2010

 

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Homem e Mulher contos da Dica

Resolvi compartilhar com vocês outras viagens que faço por ai…

Minhas poesias e contos…

Adoraria uma critica, sempre construtiva.

Deixem suas impressões!

Dica

 

A mulher tenta demonstrar ao macho o quanto o deseja apesar do viver cotidiano. Ele perturba-se e responde com grunhidos agressivos. Ela prejudica seu humor aperfeiçoado por goles de champanhe amarela e boas risadas. Ele aumenta o tom e afasta-se a julgando inimiga.

O Sono dele pertence a ambos, algo adormecido entre , entrou. Que saia, acorde e desperte o que existe. O leite que não derrama, substituído por veneno em doses homeopáticas, essas que transformam e esquecemos onde nos esquecemos.

Não pode deixá-lo sem tomar conta do amor, não pode mante-lo sendo para ele o lado b. Como chegaram aqui? Onde foram os bifurcamentos em que se foram pelo caminho equivocado? Respostas faltam mas a certeza de estar no lugar errado, na hora errada.

A certeza de não sentir-se desejada, cortejada, amada.

A certeza de não sentir-se admirada, aquecida, gostada.

 

Os olhares voam e não se cruzam mais, algo voa longe e dói…

Amanha quando despertar, se despertar, vai respirar mais 24 horas, sobrevoar a própria vida e sentir o quanto afastaram-se da terra

Vai buscar um encontro com ela que comanda com este espetáculo de chiaroscuro, com aquela que vive dentro deste corpo que hoje a limita e repele.

Vai modificar a musica, arranhar os discos, deixar a casa em ordem e assobiar para o belo moço que passa debaixo da sacada.

Quem sabe se ele ouvira, ou se ainda estará por perto mas a canção será tão bela que escute quem senti-la no peito.

(Dica Melzer, 17/03/2011)

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